Talvez não saibas Mas dormes nos meus dedos De onde fazem ninhos as andorinhas... Joaquim Pessoa

terça-feira, 20 de novembro de 2007

PAI

Há tantos anos que partiste, Pai
E com que saudade recordo o teu olhar!...
Esse teu olhar em que me envolvias,
Esse teu doce modo de falar!...
No derradeiro olhar que me ofertaste
Li tristeza, mágoa incontida
De alguém que ainda está na terra
Acenando já o último adeus à vida.
Quando à despedida te beijei
Tua face serena e fria estava
E já não pudeste sequer sentir
As lágrimas e os beijos que te dava.
Porque partiste assim, subitamente,
Deixando-me só com minha dor, desesperada?
Não sabes que o maior tesouro do mundo
Comparado ao teu amor não vale nada?
Hoje nada mais tenho que esta dor infinda...
Não, não quero pensar que partiste de vez
Pois acredito que irei encontrar-te ainda!

Leonor Costa
12/1970

Falecido em 1951

3 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Leonor, desculpa...
Afinal não és nada novinha como pensava.
O que me induziu em erro foi teres no perfil estudante e eu ter olhado para a tua foto apenas de relance.
Pela data do falecimento do teu pai, deves ter uma idade idêntica à minha.
Tinha lido o poema, mas não reparei nas datas... agora, ao reler, porque tinha gostado muito, é que vi...
Beijinhos.

Anónimo disse...

São os posts aos nossos pais que me fazem as lágrimas... tb já fiz 3 :((( Tb tenho essa dor...
Li ha dias "Um homem só se torna adulto quando o seu pai parte"

Bj***

Elvira Carvalho disse...

Bonita e sentida homenagem ao seu pai. Deve ser uma dor muito grande. Felizmente ainda tenho o meu pai vivo com 90 anos.Tenho a certeza que de algum lugar as pessoas continuam a acompanhar os seus entes queridos.
Um abraço