Para fazer balanço à vida
Tranquei-me dentro de mim...
Segurei no meu velho baú,
Tirei-o da prateleira.
É nele que tenho guardados
Os assentos da vida inteira.
Ela está escrita em livros,
E cada um tem sua cor.
O que tem as folhas rosa
É o destinado ao amor.
Ao abri-lo, vi sem surpresa
Que entre o deve e o haver
A diferença continua tanta
Ficando eu sempre a perder.
Depois veio o da saudade,
Que abri devagarinho,
Tem as páginas tão amarelas ,
Mais parecem um pergaminho.
Li os nomes nelas escritos
E a saudade, ai como doeu...
Recordei-os todos, um a um,
Entre eles também está o teu.
A seguir tirei o da esperança,
Capa verde, tão desbotada...
Lá dentro estão todos os sonhos
Duma vida em vão sonhada.
Chegou a vez do da solidão,
Cinzento, vazio e ressequido...
Afaguei-o junto ao peito e senti
Que a vida não tem sentido.
Nada encontrando de novo
Depois do balanço terminar.
Levantei-me, guardei os livros,
Coloquei o velho baú no lugar....
....Destranquei-me de dentro de mim
E, em vão, tentei não chorar...
Leonor Costa
Em 05.01.2008
Talvez não saibas Mas dormes nos meus dedos De onde fazem ninhos as andorinhas... Joaquim Pessoa
Talvez não saibas Mas dormes nos meus dedos De onde fazem ninhos as andorinhas... Joaquim Pessoa
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
AO PÔR-DO-SOL
Com o pôr-do-sol morrem os meus sonhos,
Cansados de tão longa espera
E as lágrimas deslizam pelo meu rosto.
Quem dera que meu pranto levasse a minha mágoa
E o desencanto de te ver só no meu horizonte.
A esperança é uma flor que murchou
E cujas pétalas desfolhei entre meus dedos.
Nada me resta a não ser a cumplicidade
Que existe entre mim e o pôr-do-sol.
***********
Leonor Costa
Em 12.2007
sábado, 19 de janeiro de 2008
UM DIA DIFERENTE
Hoje foi todo um dia bem diferente
Em que andavam perfumes pelo ar
E a brisa murmurava, docemente,
Que tu, ó meu amor, ias voltar!
Tudo se transformou. De repente
Voltou a luz da esperança a rebrilhar,
As flores sorriram-me, suavemente,
E o sol aconteceu no teu olhar.
Depois, tudo findou, tudo morreu.
Tiveste-me a teu lado e não me viste,
Partindo sem me teres nos teus braços...
O sol, que ria alegre, escureceu,
A esperança feneceu, fiquei mais triste
E as flores desfolharam-se em teus passos.
Leonor Costa
Em 1970
Em que andavam perfumes pelo ar
E a brisa murmurava, docemente,
Que tu, ó meu amor, ias voltar!
Tudo se transformou. De repente
Voltou a luz da esperança a rebrilhar,
As flores sorriram-me, suavemente,
E o sol aconteceu no teu olhar.
Depois, tudo findou, tudo morreu.
Tiveste-me a teu lado e não me viste,
Partindo sem me teres nos teus braços...
O sol, que ria alegre, escureceu,
A esperança feneceu, fiquei mais triste
E as flores desfolharam-se em teus passos.
Leonor Costa
Em 1970
domingo, 13 de janeiro de 2008
ESPERO-TE
sábado, 5 de janeiro de 2008
À NOITE
É quando a cidade anoitece
Que minh'alma também escurece
Tingida de solidão.
Sem o sol vai-se a alegria,
Sem o sol a noite é fria,
Não gosto da escuridão.
Além do som dos meus passos
Há gemidos, choros, revolta
Que o meu coração escuta,
Mesmo ali, à minha volta.
São lamentos sufocados
De quem tem sobras de dor.
São mãos sedentas, famintas,
Que mendigam pão e amor.
Que minh'alma também escurece
Tingida de solidão.
Sem o sol vai-se a alegria,
Sem o sol a noite é fria,
Não gosto da escuridão.
Além do som dos meus passos
Há gemidos, choros, revolta
Que o meu coração escuta,
Mesmo ali, à minha volta.
São lamentos sufocados
De quem tem sobras de dor.
São mãos sedentas, famintas,
Que mendigam pão e amor.
Leonor Costa
Em 19.12.2007
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