Talvez não saibas Mas dormes nos meus dedos De onde fazem ninhos as andorinhas... Joaquim Pessoa

quinta-feira, 3 de julho de 2008

SE...


Se um dia já fui criança,
Se usei bibes e laços
Enfeitando a negra trança,
Se já possuí bonecas
E as embalei em meus braços,
Se já fui menina e moça
E desabrochei mulher,
Se já amei e beijei,
Se fui esquecida e esqueci,
De que me importam os anos
Se posso dizer VIVI!
Leonor Costa
Em 1968


10 comentários:

joaninha disse...

Como todas as crianças,
Também usei bibes e tranças...
Era a moda daquele tempo
Que a poesia me traz ao pensamento…

Às bonecas fiz jantarinhos
E lhes dei meus carinhos...
E como adolescente fui crente,
E como era do uso, muito dependente

Também amei e julguei ser amada,
Mas tudo foi sonho, não foi nada...
Fui esquecida... mas não esqueci
E se vivi, até já morri...

joaninha disse...

Querida amiga, não resisti em responder à sua bela poesia, gostei tanto do que escreveu, que me transportou ao meu passado... tão longe que já lá vai...
Gosto muito do que escreve. Desejo que tudo esteja bem consigo. Um beijo do tamanho do mundo

Elvira Carvalho disse...

E viver é tudo o que realmente importa.
Um abraço e votos de uma boa semana

Maria Laura disse...

Nem mais, amiga. O que vivemos é o nosso capital de memórias para um futuro sem frustrações.

Nilson Barcelli disse...

Como já escrevias tão bem em 1968...
Gostava de te ver de tranças... devias colocar aqui a foto...

Beijinhos

sofialisboa disse...

que bom sentir assim. sofialisboa

sofialisboa disse...

ups e muito mais ainda vais viver! sofia

Professor disse...

Que maravilha! Eu pobre materialista (ou realista)vir aqui encontrar poesia e música e fantasia. A melhor definição de poesia (se poesia se pode definir)foi-me ensinada por uma aluna de nove anos: «poesia é vestir de palavras a fantasia». Aos anos que isto foi, mas não esqueci.
Obrigado pela sua visita.

Anónimo disse...

E a cada lembrança revive. E a cada novo dia vive!
É bom de vez em quando avaliar tudo o que já tivemos e construímos e sentir uma doçura de saudade que nos empurra para mais alegrias.
Abraço.

Sandra Daniela disse...

... muito mais há para viver... e essa criança que existiutempos.... que permaneça sempre do fundo de ti!


beijinhos