Talvez não saibas Mas dormes nos meus dedos De onde fazem ninhos as andorinhas... Joaquim Pessoa
Talvez não saibas Mas dormes nos meus dedos De onde fazem ninhos as andorinhas... Joaquim Pessoa
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
CANÇÃO DO OUTONO

Toda a melancolia do Outono,
Que ao longe se pressente,
Está nestas folhas ao abandono
E neste amor sempre ausente.
A água cantante das fontes
Entoa um hino de amor,
Há poesia pelos montes,
Há mensagens em cada flor.
Na pálida luz da madrugada
A lua vai de novo adormecer.
Surge o clamor duma alvorada,
E começa um novo dia a nascer.
Outono, tu tens tal magia,
Algo de misterioso e vago,
E o passar de cada dia
Tem a quietude de um lago.
Leonor C.
SEM VELA NEM NORTE

Um dia embarquei...
Fiz-me ao mar
Num barco sem remos,
Sem vela, sem norte.
Andando ao sabor das ondas,
Entreguei-me à minha sorte.
Minha alma
Tão triste e só
Sente saudades doutrora,
Desse tempo de menina,
Do tempo que foi embora.
Chora, minha alma, chora
Lança fora o desencanto
Dos sonhos que já sonhaste,
Dos sonhos que já perdeste...
Deixa correr o teu pranto...
E depois, minha alma,
Mais leve,
Já podes adormecer.
Embalada ao sabor das ondas
Verás que vais esquecer...
Leonor C.
DEIXA QUE CHORE
terça-feira, 20 de novembro de 2007
CRÊ

E o trazes, palpitante, em teu olhar,
Caminha firme em frente, na certeza
De que a vida tem muito para dar.
Vai, transforma o teu sonho em realidade
Inda que aches no caminho escolhos.
A vida, pra ser vida, na verdade,
Tem de ser lírios abraçando abrolhos!
Nunca julgues que a vida não é bela
Ainda que a noite seja fria e escura.
Se houver tristeza rasga uma janela...
Vês o éu? As estrelas vão regressar...
O sonho há-de vir em tua procura
E tu aprenderás de novo a sonhar!...
Leonor Costa
PAI
E com que saudade recordo o teu olhar!...
Esse teu olhar em que me envolvias,
Esse teu doce modo de falar!...
No derradeiro olhar que me ofertaste
Li tristeza, mágoa incontida
De alguém que ainda está na terra
Acenando já o último adeus à vida.
Quando à despedida te beijei
Tua face serena e fria estava
E já não pudeste sequer sentir
As lágrimas e os beijos que te dava.
Porque partiste assim, subitamente,
Deixando-me só com minha dor, desesperada?
Não sabes que o maior tesouro do mundo
Comparado ao teu amor não vale nada?
Hoje nada mais tenho que esta dor infinda...
Não, não quero pensar que partiste de vez
Pois acredito que irei encontrar-te ainda!
Leonor Costa
12/1970
Falecido em 1951
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