Talvez não saibas Mas dormes nos meus dedos De onde fazem ninhos as andorinhas... Joaquim Pessoa

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

NATAL DA MINHA INFÂNCIA

Natal da minha infância


Natal da minha infância
Em que tudo era singelo
Sem maldade e arrogância,
Natal era um sonho belo
Guardado inteiro cá dentro,
No fundo do coração.

Quando essa noite chegava
Nos meus olhos espreitava
Uma contida emoção.
A casa era velhinha...
Era tudo tão pobrezinho...
Mas era tudo tão lindo...
E deitada na caminha
Eu adormecia, sorrindo.
Sonhava com os anjos,
E com o Menino Jesus.
Natal, magia de uma noite só...
E eu flutuava numa núvem
Enquanto fazia ó-ó...
E ao acordar, bem cedinho,
Saltava da cama tão feliz,
Com os cabelos em desalinho
E, sem me lembrar do frio,
Corria para a chaminé, gritando
E batendo as palmas dizia:
Está ali o meu bébé!!!
O boneco que eu tinha pedido,
Que era de papelão, o Zezinho!...
E, maravilhada e feliz
Aconchegava-o ao meu peito
E beijava-o, com carinho.
Ah! como o tinha querido!...
E o Jesus, que tudo sabe,
Escutou o meu pedido...
Só depois, sem o soltar,
Olhava para as outras prendas
E ria... ria... como só ri uma criança,
Gargalhadas infantis, são puras
Ficam no ar a vibrar...
Fazem esquecer amarguras...
A casa estava tão bonita e enfeitada
Tão mais quente e acolhedora...
Quando olhei para o presépio vi
Que até o Jesus sorria na mangedora!

Natal da minha infância
Em que tudo era tão belo...

Leonor Costa

EM 29.09.2008

11 comentários:

Peter disse...

2009

Não é fácil formular votos para o ano de 2009, numa sociedade marcada pela falta de valores humanos fundamentais e perante as perspectivas de uma crise económica, que afectará principalmente as camadas mais desfavorecidas. O meu desejo utópico é solicitar o empenho de todos, pessoas e instituições, públicas e privadas, para se superarem as dificuldades e se construir uma sociedade mais justa e mais humana.

Peter

joaninha disse...

As palavras do comentário anterior, são iguais às que ecoam no meu interior. Fico feliz por não ser única a senti-lo.
Minha querida amiga, para o ano bébé que vai aparecer amanhã pela meia noite, desejo do coração que tenha muita saúde. Com saúde, ainda poderemos ter esperança de gargalhar um dia destes. "são 24 mil abraços" da amizade que lhe dedico, Beijinhos

- Moisés Correia - disse...

"A cada dia de nossa vida, aprendemos com nossos erros ou nossas vitórias, o importante é saber que todos os dias vivemos algo novo. Que o novo ano que se inicia, possamos viver intensamente cada momento com muita paz e esperança, pois a vida é uma dádiva e cada instante é uma bênção de Deus".

" UM FELIZ ANO DE 2009 "

lua prateada disse...

Passei desejando um lindo 2009...
E assim é...mais um ano,pois...
na melodia do vento, xuva, sol e tempo...
Nós vamos passando como uma brisa de
saudade passada e futura...

Beijinho com carinho e o desejo de tudo de bom!...

SOL

Elvira Carvalho disse...

Depois de uns dias de ausência, (desta vez foi o pc que foi para o hospital) estou de regresso.
Agradeço-lhe e retribuo os votos de bom 2009.
Um abraço e bom fim de semana

Moderno disse...

Mal Dezembro chegava
E com ele o frio trazia,
Logo a rapaziada se agitava
Para preparar o dia
Do Natal que se avizinhava.


Havia que ir ao monte
Apanhar o musgo e o azevinho
Para preparar com carinho
O presépio onde se colocava
S. José, Nossa Senhora e o Menino


E para lher dar calor
A vaquinha e o burrinho.
Depois ainda faltavam
Os reis magos, as ovelhas e o pastor


E depois de tudo pronto
Colocava-se o sapatinho.
Na noite de consoada
Era uma grande alegria

Enquanto a mãe preparava
As filhós,as rabanadas e a aletria,
O bacalhau também não faltava

E quando ficava pronto
Toda a gente se sentava
E numa grande harmonia

À mesa se saboreava
Toda aquela iguaria.
Quando a ceia acabava,
Sentados à volta da lareira,
Jogávamos aos pinhões
Enquanto durava a fogueira.
E quando o sono chegava
Íamos todos dormir
A sonhar com as prendinhas
Que estavam para vir.

Mal o dia clareava,
Logo que acordávamos,
Íamos ao sapatinho
Buscar as nossas prendinhas
Envoltos em grande magia,
Todos nós acreditávamos
Que, mesmo pobres e pequeninas,
Era o Menino Jesus que as trazia.

Agora tudo é diferente.

No Natal da minha infância,
Apesar de ser mais pobre,
Havia mais alegria,
Havia um sentimento nobre
Que no coração se sentia,
Sentimento que perdurava
E com o tempo crescia,
Não era mais uma festa que acabava,
Não era mais um ano que passava,
Era Jesus que nascia.

Nilson Barcelli disse...

Belo é o teu poema.
Gostei imenso, o teu olhar de criança ficou muito bem expresso.
Beijo.

Lis disse...

Bem... vim desejar-lhe votos de bom ano novo... e dizer-lhe que respondi ao seu comentário no meu blog!

Cumprimentos!

Heavenlight disse...

Ah, que bonito este poema! Fez-me lembrar da minha infância, quando a árvore de natal me parecia muito alta e eu olhava para tudo com riso nos olhos e sentia uma magia e um calor especiais porque havia luzes e fitas e bolas coloridas e um menino jesus tão lindo a quem todas as noites eu dava um beijinho...
Tenho tantas saudades desses tempos de menina...

Luis Ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luis Ferreira disse...

Leonor minha amiga

Adoro navegar neste teu mundo de encanto e de sonho, onde possuis quadros cheios de carinho e sentimento.

Com amizade
Luis