Para fazer balanço à vida
Tranquei-me dentro de mim...
Segurei no meu velho baú,
Tirei-o da prateleira.
É nele que tenho guardados
Os assentos da vida inteira.
Ela está escrita em livros,
E cada um tem sua cor.
O que tem as folhas rosa
É o destinado ao amor.
Ao abri-lo, vi sem surpresa
Que entre o deve e o haver
A diferença continua tanta
Ficando eu sempre a perder.
Depois veio o da saudade,
Que abri devagarinho,
Tem as páginas tão amarelas ,
Mais parecem um pergaminho.
Li os nomes nelas escritos
E a saudade, ai como doeu...
Recordei-os todos, um a um,
Entre eles também está o teu.
A seguir tirei o da esperança,
Capa verde, tão desbotada...
Lá dentro estão todos os sonhos
Duma vida em vão sonhada.
Chegou a vez do da solidão,
Cinzento, vazio e ressequido...
Afaguei-o junto ao peito e senti
Que a vida não tem sentido.
Nada encontrando de novo
Depois do balanço terminar.
Levantei-me, guardei os livros,
Coloquei o velho baú no lugar....
....Destranquei-me de dentro de mim
E, em vão, tentei não chorar...
Leonor Costa
Em 05.01.2008
Talvez não saibas Mas dormes nos meus dedos De onde fazem ninhos as andorinhas... Joaquim Pessoa
Talvez não saibas Mas dormes nos meus dedos De onde fazem ninhos as andorinhas... Joaquim Pessoa
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16 comentários:
RESPIRA A LEVEZA QUE VIVE EM TI...
SOLTA TODA A BELEZA DO TEU OLHAR...
SOLTA TODA A BRANCURA DA TUA TERNURA...
SOlTA NA ÁGUA ETERNA DO MAR...
Gostei de ler e de sentir a paz:)
Os pesares dividem as marés
A idade do ouro ainda tarda
Os anos passam como gotas varridas
Por um tempo que retrata o nada
Convido-te a saborear um absinto no meu espaço
pela Taça de Fino Ouro
Mágico beijo
Olé Leonor, bom dia!
Obrigada pelas palavras; quanto ao meu comentário, disse o que senti.
Gosto do que escreves, muito e admiro-te há já muito tempo. Tenho lido muitas coisas, directamente do Mundo dos Livros e doutros lugares mais, até em Blogs de Amigos.
Só venho até cá muito raramente e creio nunca ter deixado comentário;
começo hoje e nunca é tarde para se dizer da admiração.
Ando muito mais fugida do que de costume, mas sempre que possa, cá estarei!
Beijos e Felicidades.
Maria Mamede
Adorei!
Andamos sempre às voltas com o baú do passado que não nos deixatantas vezes viver o presente o futuro...
um abraço
brisa de palavras
Leonor,
Gostei mesmo muito deste teu poema. Não consigo deixar de pensar nos teus livros e nas tuas palavras.
Beijinhos
minha amiga
às vezes sabe tão bem chorar...
também o fazer contas à vida e rebuscar as memórias, remexer em assuntos e lembranças já arquivadas, tráz-nos esses resultados...
beijinhos
Olá Leonor,
Realmente tenho passado pelas tuas "casas", de mansinho, pé-ante-pé, saboreando o que escreves e saindo muito devagarinho, recheado com a luz que a tua escrita emana.
Não tenho deixado comentários, não iria manchar as coisas lindas que fazes e que te dizem.
Aquele abraço e uma boa semana.
Já agora agradeço a tua visita.
José Gomes
Nós guardamos tudo isso...num livro de verdade...
O que fui, o que sou, o que penso ser...ou quem sabe o que sonho ser!
Somos uma mistura complexa de sentires...bem fechada nesse baú, que é nosso, que existe nesse tal recanto que só nós sabemos onde está.
Umas vezes dói ao abri-lo, outras.......como é bom!
beijos...engraçado já escrevi sobre este tal baú, há muito tempo atrás!
bfs
Gostei muito. Mas achei muito triste. Muito desespero, muita solidão, muita tristeza. Queira Deus seja fruto da sua imaginação priveligiada, e não o reflexo do seu coração magoado.
Um abraço
Obrigada pela sua visita ao meu blog, e o seu comentário!
Gostei imenso deste baú... virei mais vezes... já agora: Bom Carnaval!
parabens pelos poemas
Vim visitá-la e gostei muito.
Um beijo para si
Maria
Prémio no Sexta-feira.
Um abraço
Pois, os balanços da vida! Entendo bem o teu sentido poema. Mas talvez devêssemos tentar viver o bom de cada dia e ver quanto pesa na balança.
Acho que preciso me trancar num baú...
Um beijo
Gosto de tua poesia!
Sobretudo porque é simples e se compreende bem, mesmo quando abordas assuntos muito pessoais.
Beijinhos
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